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terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Por que não elegemos Deputados Indígenas…?

Por Taukane, Estevão Carlos Etnia Bakairi (Kura) – MT

Levantar as possíveis causas e conseqüências do fracasso eleitoral no mundo indígena é o desafio e o tema ao mesmo tempo que nos obrigam a refletir com urgência, e temos certeza que vamos recolocá-los em seus devidos termos, para tentarmos mudar esse paradigma que já virou um ciclo vicioso.

Para objetivar nossa análise vamos delimitá-la a partir do final da ditadura militar, a saber, de 1980 a 2000, período em que como observador atento constatamos aumento progressivo das demandas do ‘movimento indígena organizado’. E sua inserção no noticiário da imprensa nacional, tendo por foco a participação indígena dentro do processo de redemocratização do país, com eleições livres para presidentes, deputados, prefeitos, vereadores, etc.

Assim, lembramos que importantes fatos sociais aconteceram neste espaço de tempo [mais de 20 anos] no âmbito da sociedade nacional [e por extensão no que tange aos povos indígenas] estes, na área dos direitos humanos, com a promulgação da Constituição Cidadã de 88, o fortalecimento dos movimentos sociais, a eleição do cacique Xavante Mário Juruna [1982-1986] para Deputado Federal, e de recente um sindicalista metalúrgico Lula presidente do Brasil [2002-2010].

Em referência à eleição do Deputado Federal, Mário Juruna (PDT-RJ), na condição do primeiro índio brasileiro da história eleito deputado, destaque-se, para não dizer que nunca tivemos um parlamentar de sangue nativo, mas diga-se também que, creditamos a vitória eleitoral de Juruna, mais à benevolência da população carioca e menos à competência de nossas organizações próprias. Não é nenhum demérito. Em outros termos, a eleição do nosso parente, ainda que se trate de um fato histórico incontestável, foi uma exceção ocorrida do mesmo modo que aconteceu com o episódio do nosso amigo palhaço Tiririca, eleito deputado federal pelo povo de São Paulo. Nada contra. É apenas uma constatação fática...

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