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domingo, 17 de julho de 2011

“Nós perdemos nossas casas por conta de Belo Monte”

Aumento vertiginoso dos aluguéis e medo de alagamento expulsam moradores de suas casas



Nos baixões [bairros que serão alagados pela barragem], uns saem porque não sabem se vão perder a casa, outros porque não podem pagar o aluguel. E o motivo é Belo Monte. É Belo Monte que está empurrando o povo pra fora. O povo não teria porque sair do seu canto, se não estivesse acontecendo essa barragem. É assim que a gente se sente: expulsos”.



Este foi o depoimento de dona Raimunda, de 54 anos, moradora do bairro Invasão dos Padres, para a Defensoria Pública de Altamira, no Pará. Ela também é uma das milhares de moradoras e moradores de uma das muitas localizações que poderão ir para debaixo d’água.



Há cerca de um mês, 198 famílias ocupam outro terreno em desuso no perímetro urbano de Altamira. Amedrontadas pelo alagamento que a construção da barragem poderá causar caso seja construída, as famílias deixaram suas casas para construir novos barracos em terras que, popularmente, é sabido serem irregulares. Terras griladas. Contudo, neste caso, o juiz expediu o mandado de reintegração de posse. Dona Raimunda e as outras 198 famílias ocupantes estão temerosas com os desdobramentos violentos estão por vir. “Porque a gente não vai sair daqui, né?”, conclui.



Além do medo do alagamento e da insegurança sobre a política de compensação do consórcio Norte Energia, responsável pela obra, a chegada de centenas de migrantes à região tem elevado os aluguéis em ritmo vertiginoso. “Estão vindo pessoas de tudo quanto é canto, fazendo propostas de aluguel muito melhores do que as que a gente paga. Então estão todos sendo forçados a sair”, argumenta F., desempregado.



Como em Tucuruí, “As pessoas vieram para cá com medo de não receber as indenizações da Norte Energia”, conta N., moradora da Invasão dos Padres. “Vai ficar igual Turucuí. Lá, a maioria das pessoas empregadas eram de fora. Meu pai trabalhou lá, mas a maioria dos vizinhos e amigos não conseguiram emprego, nem foram indenizados, nem receberam casa. Foram abandonados, e é isso o que está acontecendo em Belo Monte. Altamira está vivendo a mesma coisa”, conclui.

Para ler mais acesse aqui.

(Fonte: site do CIMI)

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